A Ilha do Sal é a ilha mais árida de todo o arquipélago cabo-verdiano. As suas paisagens, desprovidas de vegetação, recordam-nos constantemente que estamos na mesma latitude do deserto do Sara.
Apenas tive a hipótese de andar na Kite beach (shark bay), ponta preta terá de ficar para uma próxima vez. Talvez nessa altura tenha coragem para enfrentar aquelas famosas ondas.
Kite beach apontava para uns simpáticos 16/17 nós, mas quando chegamos lá deparamo-nos com um panorama um bocado diferente, os 16 nós que eles anunciavam traduziam-se a uns míseros 12 devido ao calor.
Havia pouca gente a andar na água, e quem estava a andar tinha kites de 17 metros… O que não era nada motivador…. Mas já que tínhamos ido até lá, mais valia tentar. Montado o 12m, que era o maior Kite que tinha, fiz-me á água e não me arrependo, apesar de ter de trabalhar bem o Kite e não conseguir grandes saltos, por falta de vento, deu para aproveitar bem e fazer Kite em shorts com água bem quentinha a bater no corpo, sensação que já sentia muitas saudades, visto ser inverno em Portugal já à alguns meses.
A água era completamente transparente e apesar de estar a andar em zonas fundas, conseguíamos ver o fundo rochoso do oceano e alguns peixes. Esta praia também é conhecido por shark bay, o que dá um bocado que pensar…. Tudo o que era sombras estranhas encolhia-me mentalmente a pensar “ohh meu Deus é um tubarão!”, mas não passava apenas de imaginação fértil e nervosismo de estar a navegar em águas desconhecidas… Até ao momento em que algo á minha frente veio á tona, e qual não é o meu espanto que era uma tartaruga gigante, acho que ela acabou por ter mais medo de mim do que eu dela, pois só veio ao de cima por breves instantes, pondo-se em marcha rapidamente. Nos outros dias, o vento já soprou com mais força, mas sempre de uma forma muito moderada, tendo em conta o que é normal naquela altura do ano para a ilha. Ao final do dia já cansados de andar era sempre bom deitar um bocado na praia e apanhar um pouco de sol e ver os prós todos a andar, desde Mitu Monteiro, Inês correia, Airton Cozzolino…
A Inês Correia passa grande parte do inverno em cabo verde, onde aproveita as excelentes condições que existem na Ponta Preta para treinar. Foi óptimo ter uma cara amiga fora e dentro de água. Graças a ela pude ter uma visão mais pura da ilha e dos seus habitantes. Recebi conselhos e incentivos para evoluir no kite, tendo experimentado, pela primeira vez, kite com uma prancha de surf (que foi um desastre).