Kitesurf na Ilha do Sal, Cabo Verde
Se estás a pensar fazer um kitetrip até cabo verde, este post irá ajudar-te a conhecer a Ilha do Sal, Terra da “Moranbeza” e do “No stress”.
Se estás a pensar fazer um kitetrip até cabo verde, este post irá ajudar-te a conhecer a Ilha do Sal, Terra da “Moranbeza” e do “No stress”.
Terra da “Moranbeza” e do “No stress”.
Em contraposição com Portugal que estava frio e chuvoso, a Ilha do Sal acolheu-nos de madrugada com um calor avassalador que nos aqueceu a alma.
Cabo Verde é um arquipélago composto por dez ilhas (nove habitadas), e a ilha do Sal é uma das mais procuradas para a prática de kitesurf, com belas praias de areia branca, água transparente e muito vento à mistura.
A Ilha do Sal é a ilha mais árida de todo o arquipélago cabo-verdiano. As suas paisagens, desprovidas de vegetação, recordam-nos constantemente que estamos na mesma latitude do deserto do Sara.
Apenas tive a hipótese de andar na Kite beach (shark bay), ponta preta terá de ficar para uma próxima vez. Talvez nessa altura tenha coragem para enfrentar aquelas famosas ondas.
Kite beach apontava para uns simpáticos 16/17 nós, mas quando chegamos lá deparamo-nos com um panorama um bocado diferente, os 16 nós que eles anunciavam traduziam-se a uns míseros 12 devido ao calor.
Havia pouca gente a andar na água, e quem estava a andar tinha kites de 17 metros… O que não era nada motivador…. Mas já que tínhamos ido até lá, mais valia tentar. Montado o 12m, que era o maior Kite que tinha, fiz-me á água e não me arrependo, apesar de ter de trabalhar bem o Kite e não conseguir grandes saltos, por falta de vento, deu para aproveitar bem e fazer Kite em shorts com água bem quentinha a bater no corpo, sensação que já sentia muitas saudades, visto ser inverno em Portugal já à alguns meses.
A água era completamente transparente e apesar de estar a andar em zonas fundas, conseguíamos ver o fundo rochoso do oceano e alguns peixes. Esta praia também é conhecido por shark bay, o que dá um bocado que pensar…. Tudo o que era sombras estranhas encolhia-me mentalmente a pensar “ohh meu Deus é um tubarão!”, mas não passava apenas de imaginação fértil e nervosismo de estar a navegar em águas desconhecidas… Até ao momento em que algo á minha frente veio á tona, e qual não é o meu espanto que era uma tartaruga gigante, acho que ela acabou por ter mais medo de mim do que eu dela, pois só veio ao de cima por breves instantes, pondo-se em marcha rapidamente. Nos outros dias, o vento já soprou com mais força, mas sempre de uma forma muito moderada, tendo em conta o que é normal naquela altura do ano para a ilha. Ao final do dia já cansados de andar era sempre bom deitar um bocado na praia e apanhar um pouco de sol e ver os prós todos a andar, desde Mitu Monteiro, Inês correia, Airton Cozzolino…
A Inês Correia passa grande parte do inverno em cabo verde, onde aproveita as excelentes condições que existem na Ponta Preta para treinar. Foi óptimo ter uma cara amiga fora e dentro de água. Graças a ela pude ter uma visão mais pura da ilha e dos seus habitantes. Recebi conselhos e incentivos para evoluir no kite, tendo experimentado, pela primeira vez, kite com uma prancha de surf (que foi um desastre).
No que toca ao avião fomos pela TAP e não pagamos nada pelo transporte do saco das pranchas, era um saco slim com 1,45m apenas com as duas pranchas twintip ( sem pads e fins). Os kites foram nas malas do porão, não ultrapassamos assim a bagagem que nos era oferecida pela companhia aérea. O melhor é tentar ao máximo não ultrapassar o peso e o tamanho da bagagem, e tentar saber junto da companhia aérea quais os limites, de forma a não se pagar nada por isso.
O arranque tem de ser feito após a rebentação, visto ter alguma corrente e as ondas rebentarem muito junto á Costa, não é que seja impossível arrancar mais junto á areia, mas a hipótese de fazer uma valente esfoliação á prancha é tão alta, que mais vale engolir o orgulho e arrancar um bocadinho mais longe.
Junto à costa a maré é lisinha com poucas ondas apenas algum chop chop mas nada de crítico, o que é óptimo para treinar freestyle.
Numa zona mais fora da costa, existe um aglomerado de rochas o que faz com que se forme ondulação naquela zona, mas sem grande perigo/problema. Mas se o que ambicionas é ondas, o melhor spot para isso é mesmo ponta preta, em que as ondas são grande e muito certinhas, mas atenção… Não é aconselhado a pessoas inexperientes.
Caso não tenhas trazido material contigo, podes sempre alugar no escola do mitu, que fica mesmo na praia, onde tem a última coleção inteira de f-ones de todos os tamanhos e cores.
Para ir ter à praia podes chamar um táxi, ou arranjar uma pick up, o máximo que deves de pagar são 5€ ou 500$ de cada ida ( ou seja 10€/1000$ ida e volta) é possível tentar negociar por 4€. Todos os taxista estão habituados a transportar Kitesurfistas para a Kite beach, e não te assustes de ires num táxi normal e eles derrepente entrarem por um descampado de areia que mais parece o deserto, o caminho para a praia é mesmo esse.
Outubro a Junho
Side-on
Acaba por variar, mas normalmente varia entre flat a um pouco choppy, podendo formar algumas ondas. Para ondas à séria, podem sempre ir para outro spot, Ponta Preta.
Podemos ver todos os níveis a andar em kitebeach. Desde Iniciados, intermédios a avançados.
A praia de Santa Maria, também dá para praticar Kite mas é mais complicado, pois junto á Costa não há muito vento, só existe vento mais fora o que faz com que se houver algum problema a pessoa é lançada para fora da ilha devido ao vento offshore e á corrente. Na praia também se encontram várias escolas de kitesurf onde podes pedir informações e alugar material. Os cabo verdianos são por norma extremamente simpáticos e tentam sempre ajudar.
A Ilha do Sal oferece também condições ímpares para a prática de actividades relacionadas com o mar, praia, natação, surf, windsurf, mergulho, pesca e passeios de barco.
É um lugar incrível para a prática de kitesurf e excelente para relaxar. Uma pessoa entra completamente no lema da terra do NO STRESS, o que custa é voltar para Portugal.