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Qual a melhor altura para aprender a fazer kitesurf?
Fica a saber qual a melhor altura, e o que ter em conta quando se vai aprender a fazer kitesurf.
Qual a melhor altura para aprender a fazer kitesurf?
Muitas vezes, tenho pessoas a perguntar-me qual a melhor altura para aprender a fazer kitesurf, a resposta mais simples que posso dar é:
Se há bom vento é boa altura!
No entanto, existem sempre outras nuances que irão influenciar uma melhor ou pior aprendizagem.
Para facilitar a compreensão dos estados que considero importantes, vou dividir em dois grupos.
Um grupo interno, que têm a ver com o aluno em questão e um grupo externo onde o que influência este grupo são como o que o nome indica, elementos externos ao aluno.
Grupo Interno
1 – Ter tempo
Para aprender e continuar a fazer kite, é necessário haver algum tempo para o mesmo.
Para que a aprendizagem seja bem assimilada é necessário prática, e muitas horas de voo, pois é algo que o nosso corpo necessita não só compreender, como também, “decorar”. Existe muita memória muscular envolvida na aprendizagem do kitesurf.
Se tivermos vários dias ou semanas, em que podemos praticar e aprender todos os dias (ou quase todos os dias) essa aprendizagem será sempre mais rápida.
Para isso, como é claro, estamos também dependentes de condições do grupo externo, nomeadamente boas condições para praticar.
Tendo em conta que este desporto está dependente de condições que ultrapassam a todos, por vezes, temos alturas em que não existe vento com qualidade suficiente para as aulas, por isso informa-te antes de tirares dias para que possas coincidir da melhor forma com bom vento
2 – Estado Físico
O aluno não necessita ser extremamente atlético, capaz de correr maratonas ou master de Crossfit para praticar kitesurf. O kitesurf em si, não é um exercício que exija demasiado de uma pessoa no que toca à força ou resistência quando praticado com moderação e em condições meteorológicas ideais.
Kitesurf tem uma grande envolvente técnica, e isso faz com que não seja necessário o uso de força excessiva. Embora visualmente para quem está de fora a ver, pareça que é necessário uma grande força de braço é apenas uma ilusão.
O arnês que está na cintura é quem está realmente a sustentar o kite, o que faz com que não seja preciso força de braços, mas acima de tudo de core. Quando já estamos dentro de água começamos a fazer força nas pernas.
Quando já sabemos andar e começamos a andar em condições meteorológicas mais “extremas” ai sim poderemos começar a sentir mais força de braços, mas nada que não se suporte ☺️
3 – Estado psicológico
É preciso querer e estar preparado psicológico para aprender. Devemos de ter sempre conscientes que o kite poderá tornar-se perigoso caso não seja praticado da forma devida. Por isso, quando estamos a aprender é importante estarmos bem focados no que estamos a fazer e ter a certeza que percebemos todos os exercícios e o que fazer em caso de sentirmos que algo está errado. Para isso, basta não fazermos movimentos demasiado brutos, e sabermos de cor quais sãos os mecanismos de segurança no kite e como activá-los.
Grupo Externo
1 – Condições do vento
Para aprenderes a fazer kite, é necessário que haja vento para os exercícios teóricos, no entanto, nem 8 nem 80!
Quando estão ventos acima dos 25 nós, poderá tornar-se perigoso, tal como, com ventos instáveis rajados, mesmo com pouca velocidade, podem ser igualmente perigosos. Esta instabilidade no vento poderá provocar acidentes, pois é normal, quem está a aprender não ter reacção e conhecimento do que o kite poderá fazer.
2- Condições da escola
Escolhe sempre uma escola certificada e que tem boas condições para a prática dos alunos.
A escola deverá vários tipos de materiais para que possas começar de forma segura.
Informa-te antes de te inscreveres numa escola, se a mesma dispõe de kites de vários tamanhos e barras com linhas curtas para iniciares.
Pode parecer mais secante começar com um kite bebé e que o kite (por ter barra de linhas curtas) não alcança metade da altura dos outros praticantes, mas por questões de segurança é a melhor forma de aprenderes. Apenas após teres um bom controlo do kite é que poderás ir aumentando de tamanho no kite e de tamanho de linhas de forma sustentada e segura.
Estes procedimentos irão fazer com que seja mais fácil para ti evoluíres de forma segura, sem medos e sem percalços.
4 – Primavera, Verão, outono ou Inverno?
Qualquer altura é boa para aprender, desde que o vento esteja bom e constante. Temos vantagens e desvantagens consoante as épocas em questão. Verão, o tempo quente faz com que seja mais agradável de aprender a modalidade, no entanto, é uma altura em que existe também mais pessoas a aprender e a praticar, para além de uma maior afluência de banhistas nas praias. É mais perigoso e stressante para quem está a aprender.
Inverno, menos pessoas, mas mais frio. As pessoas têm tendência a ficar mais a hibernar e não estar tão exposta às condições de inverno, no entanto, é uma excelente altura, pois irás encontrar menos pessoas nas praias, logo será mais simples aprender e assim no verão já poderás estar autónomo para praticares por ti sem o auxílio de professor.
Geralmente, temos sempre vento em Portugal, no entanto, existem sempre meses como Novembro, Dezembro e Janeiro, em que a consistência é menor e em que o vento vem mais em forma de tempestade. Os melhores meses com maior possibilidade de vento são Maio, Junho, Julho e Agosto.
Se tens estas condições todas reunidas avança, e vai fazer umas aulas!
Se não tens a certeza se o kitesurf é um desporto para ti, podes sempre iniciar-te com um baptismo de kite. Normalmente é uma aula de pouca duração, onde são desmistificados alguns conceitos que normalmente existem através das explicações teóricas e práticas do vento e do kite. Uma aula simples e divertida em que irás perceber um pouco mais sobre o vento e sentir um kite na mão.
Nunca deves tentar aprender kite sozinho ou com alguém que não saiba dar aulas ou não tenha material preparado para dar aulas. O kite poderá tornar-se uma arma nas mãos de quem não sabe o que está a fazer e poderá provocar acidentes gravíssimos não só a quem está a manuseá-lo mas também a terceiros.
